Em um mundo onde o empreendedorismo feminino ganha cada vez mais força, muitas mulheres enfrentam desafios únicos que podem impactar sua saúde mental. Drª Gabriela Araújo, psiquiatra especializada em saúde mental feminina, destaca a importância de reconhecer os sinais de alerta e buscar estratégias para equilibrar as responsabilidades profissionais e pessoais.
Os sinais de que algo não vai bem
Segundo Drª Gabriela, mudanças no comportamento, emoções ou pensamentos que interferem no bem-estar e na qualidade de vida são indicativos de que a saúde mental pode estar sendo afetada. Alterações no humor, problemas de sono, mudanças no apetite ou peso, dificuldade de concentração e afastamento social estão entre os sinais mais comuns. Além disso, sintomas físicos sem explicação médica ou comportamentos autodestrutivos não devem ser ignorados.
“A sensação de estar sobrecarregada ou desconectada é um alerta frequente entre mulheres empreendedoras, que muitas vezes assumem múltiplas responsabilidades sem priorizar o autocuidado”, explica a especialista.
A culpa pelo autocuidado: uma barreira cultural
Um dos principais obstáculos enfrentados pelas empreendedoras é a culpa por cuidarem de si mesmas. “A sociedade ainda associa o valor da mulher ao cuidado com os outros, como família, filhos e trabalho, deixando o autocuidado em segundo plano”, ressalta Drª Gabriela.
Ela destaca a importância de reavaliar essas crenças: “Cuidar de si mesma não é egoísmo, é necessidade. Mulheres que se priorizam tornam-se mais fortes, resilientes e capazes de cuidar dos outros.” A psiquiatra sugere começar com pequenos passos, como reservar momentos curtos para si, e praticar a autocompaixão.
Esgotamento e autocobrança: os vilões do sucesso
O burnout, ou esgotamento, é uma realidade comum entre mulheres empreendedoras. A sobrecarga de trabalho, a dificuldade em estabelecer limites e o perfeccionismo são algumas das causas desse problema. Drª Gabriela enfatiza que reconhecer os sinais precoces do esgotamento é essencial para evitar impactos mais profundos na saúde e no desempenho profissional.
“Estabelecer limites claros, delegar tarefas e priorizar momentos de descanso são estratégias fundamentais. Além disso, buscar redes de apoio e mentorias pode ajudar a compartilhar experiências e reduzir a sensação de isolamento”, aconselha.
As redes sociais: aliadas ou inimigas?
As redes sociais podem ter um impacto ambivalente na saúde mental das empreendedoras. Enquanto oferecem visibilidade, conexão e inspiração, também podem gerar pressão por performance, comparação excessiva e desgaste emocional.
“Estabelecer horários para uso das redes e focar no propósito por trás das postagens ajuda a minimizar os efeitos negativos”, afirma Drª Gabriela. Para ela, o equilíbrio entre os benefícios das redes e os cuidados com a saúde mental é a chave para utilizá-las de forma consciente.
Reprimir emoções: o peso silencioso
Reprimir emoções pode causar ansiedade, estresse, depressão e até sintomas físicos, como dores e problemas gastrointestinais. “Empreendedoras enfrentam desafios únicos, e expressar suas emoções é fundamental para manter o equilíbrio”, alerta a psiquiatra.
Ela sugere práticas como journaling, autoconhecimento e a busca por apoio emocional, seja por meio de terapia ou de grupos de mulheres empreendedoras. “O empreendedorismo é desafiador, mas aprender a lidar com as emoções pode transformar tanto os negócios quanto a vida pessoal.”
Quebrando tabus: saúde mental em pauta
Para Drª Gabriela, é fundamental quebrar o tabu em torno da saúde mental das mulheres empreendedoras. “Normalizar o diálogo, educar sobre o tema e destacar modelos de sucesso que priorizam o bem-estar emocional são passos essenciais para promover mudanças”, afirma.
Ela finaliza com uma mensagem inspiradora: “O sucesso não está apenas nas conquistas financeiras, mas também em uma mente equilibrada e uma vida plena. Mulheres empreendedoras merecem cuidar de si mesmas tanto quanto cuidam de seus negócios.”
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