Gloria Groove diz que ‘marcou’ funk brasileiro com ‘Futuro Fluxo’

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Na noite de sexta-feira, 17 de novembro, rolou o show “Noite de Gloria” com Gloria Groove, cuja estreia aconteceu no festival The Town em setembro e o relançamento agora, coincidindo com o lançamento do álbum “Futuro Fluxo” em 9 de novembro.

Participamos não só da apresentação em si, mas também batemos um papo com ela durante uma rápida coletiva de imprensa no camarim (de onde tiramos a informação anterior).

A artista compartilhou detalhes do show, que rolou depois desse momento, e também falou sobre o novo disco, destacando sua vibe voltada para o funk: “Essa coisa de sensação, de pré-estreia ou reestreia, é uma coisa muito curiosa. Lembro esses últimos dias, antes de fazer um dos passadões [de som e coreografia], eu estava muito tensa, mas hoje fui acometida por uma tranquilidade sobrenatural, porque é um clima de excelência que tá aqui nesse lugar, com profissionais escolhidos a dedos para acontecer”.

Gloria Groove é uma marca, um projeto que se constrói a mil mãos, em sou um canal que faz isso acontecer, e a beleza ta se mostrando muito para mim hoje, e espero que transpareça para vocês isso hoje, porque uma das coisas mais bonitas do meu trabalho é ver as pessoas se realizando enquanto fazem aquilo, e ser uma plataforma para isso vale mais que mil prêmios”, garantiu ela.

“O grande prêmio é poder fazer o que estamos fazendo hoje, para mim, quem assiste, nossa cultura e estou feliz em valorizar isso”, completou ela sobre a alegria de estar entregando mais uma apresentação na qual planejou cada detalhe, com uma boa capricorniana.

Arte como expressão genuína do artista

Gloria Groove se apresentando no show Noites de Gloria - Foto: Patrícia Devoraes/Brazil News
Gloria Groove se apresentando no show Noites de Gloria – Foto: Patrícia Devoraes/Brazil News

Ao falar de possíveis comparações entre “Futuro Fluxo” e o álbum anterior, “Lady Leste”, que foi um fenômeno, Gloria falou que cada projeto tem seu próprio objetivo: “Falar sobre linha do tempo é algo completamente relativo, porque a vida do artista, das obras que ele faz, para ele, é sempre uma atualização de quem ele está endo agora, de como está sua vida naquele momento”.

“‘Futuro Fluxo’ veio de um lugar genuíno, e como escrevo minhas próprias músicas, eu vivo o que eu escrevo. […] Lady Leste é algo irrefutável, estava falando com minha equipe essa emana, não tem como você assimilar aquilo, porque não é só sobre vivência, mas o momento e o que estavam sentindo nele”, apontou.

“Era sobre a quantidade de trabalhos que a gente aceitava, porque era um ritmo mais tenso, porque parte do seu sucesso transparece assim, então não sei se um dia algo será ‘tão grandioso’ quanto. Eu confio tanto no ‘Futuro Fluxo’ como um pedaço grande do que eu penso sobre o funk e da minha sinceridade e honestidade de ter criado esse projeto da pura diversão e sensação de viver, que fico feliz com essas parcerias”, disse.

“Nesse processo me surpreendi muito, e como os braços e gratidão desses artistas me contemplaram, e isso me emocionava muito, porque eu ficava grata por me procurar ou aceitar trabalhar comigo”, contou Groove sobre a relação com os feats presentes no disco novo.

“Depois do ‘Lady Leste’, eles podiam achar que eu queria fazer algo fora dos estilos urbanos, mas foram deles que vim, meu primeiro disco é de rap/hip-hop, e usar a plataforma de agora para dar vazão a uma cosia tão nossa quanto o funk brasileiro, é uma honra”, afirmou Gloria.

Saindo da zona de conforto

Gloria Groove se apresentando no show Noites de Gloria - Foto: Patrícia Devoraes/Brazil News
Gloria Groove se apresentando no show Noites de Gloria – Foto: Patrícia Devoraes/Brazil News

Porém, se engana quem achava que a produção do álbum foi fácil: “Definitivamente ‘Futuro Fluxo’ foi sim o projeto onde eu mais me tirei da zona de conforto, mas tentando recobrar no estúdio o conforto que eu sentia ouvindo funk no meu momento e descontração”.

“Trabalhei dentro de mim isso, a dificuldade de ter a mesma sintonia, de estar engessada, então foi sobre tirar essa ideia da Gloria Groove perfeita, de tirar um pouco essa idealização, mas sim pelo que vai me fazer feliz, e isso faz o artista continuar trabalhando”, refletiu.

“Apesar da carreia ser um combinado de muitas vontades, sonhos e idealizações, o que importa é o que mora dentro, pois é a pessoa que está produzindo aquilo tudo. A honestidade ao amor ao fundo, a pista, à festa, que eu sentia quando o disco nasceu, transborda por ele”, garantiu ela.

“Mas de fato, sai da zona de conforto. Muito disso porque eu venho do rap, que é excesso de formação, vivências destacadas, e depois no pop que é sobre oxigenar o discurso para que ele caiba em todos os contextos, e o funk é sobre se livrar de tudo isso, e fazer o que der na telha”, avaliou a drag sobre o gênero, antes de elogiar os artistas do funk nacional.

Processo criativo surpreendente

“Ano passado vi processos criativos como do MC GW e do Cabelinho, que são dois personagens que me impressionaram muito, porque eles agarram o microfone, soltam a batida e vão fazendo uma cosia atrás da outra até fazer sentido”, revelou.

“Meu estilo de composição é de organizar, anotar primeiro, e esse despachante do funk, que tem a ver com o quanto a pessoa está disponível e presente, isso me pegou e me inspirou mais”, falou a cantora.
“Hoje olho com funk com 500 vezes mais respeito depois dessas experiências em estúdio com essas pessoas. Então, foi uma escola na verdade, de olhar e falar que existe muita beleza na descontração, beleza e diversão”, declarou.

Documento histórico do funk

Gloria Groove e Thiago Pantaleão cantando juntos no show Noites de Gloria - Foto: Patrícia Devoraes/Brazil News
Gloria Groove e Thiago Pantaleão cantando juntos no show Noites de Gloria – Foto: Patrícia Devoraes/Brazil News

Por fim, Gloria Groove falou de seu objetivo de tornar o “Futuro Fluxo” um “documento histórico do funk” e qual a contribuição dela nisso tudo: “Esse processo aconteceu de um jeito que hoje eu sinto sim que a missão foi cumprida, eu sinto como se eu tivesse buscado contar uma história com ajuda dessas pessoas, peças fundamentais que chamo de ‘Os Pilares do Funk’”.

“Quando se fala em Ludmilla, Valesca, GW, GBR, tenho esse tipo de pessoas ali me ajudando a contar essa história no sentido de fotografar uma Era, ter um registro sólido do que foi esse momento, e com um outro filtro muito legal que é o da drag, da minha vivência, minha realidade como eu enxergo essa fusão”.

“As pessoas reparam muito nessa minha versatilidade e no jeito eu tenho facilidade de me comunicar com todos os públicos, o jeito que minha comunicação não é nichada, e isso para mim é uma delícia, é uma honra saber que consigo me comunicar com todo mundo na mesma pegada”, afirmou.

“O Futuro Fluxo vai sobreviver como isso, como um momento em que eu quis mostrar para a cultura que quis olhar para dentro dela, valorizar o que era nosso. Depois do Lady Leste poderia entrar na onda que eu quisesse de ‘sou gringa e sei lá o que’, mas falei: ‘Não, quero explorar mais’”, relembrou ela.

“Eu lembrava de ‘Bonekinha’, ‘SFM’, ‘Vermelho’ e falar que queria mais, saber mais, ir mais ao fundo desbravar outras estéticas. Pensei: e se não for funk pop, for só funk, com vai ser? Então marca o momento onde me dei a liberdade de me aprofundar num só estilo e assumir uma estética”, concluiu Gloria Groove.

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