A atriz Juliana Paes deu detalhes sobre sua participação como Maria Marruá na novela Pantanal, remake do folhetim da extinta TV Manchete lançada originalmente em 1990. A morena vai atuar ao lado de Enrique Diaz, que dá vida a Gil, um sujeito simples e analfabeto que não deixa que sua falta de cultura e modos influenciem em seu jeito brando de ser.
Maria, uma esposa dedicada, dócil e servil, leva uma vida sem luxo e conforto algum. Mesmo com todas as tragédias que lhe acompanham, acredita que pode ser feliz. Essa felicidade prometida, contudo, se esvai quando Gil descobre que foi enganado. Sem saber, comprou terras que já tinham dono e ao se ver ameaçado de despejo – ele, o filho e a esposa – de uma propriedade pela qual pagou com muito suor, vê crescer em seu peito uma revolta incontrolável. Instigado pelo filho e ao lado dele, Gil resolver ir à luta, literalmente.
Assim como a vida que levam, a luta é injusta. Gil presencia o assassinato de mais um filho, o que o leva a cometer ele mesmo um crime, em busca de uma justiça que dificilmente encontrará. Maria enterra com Chico o pedacinho de alegria que lhe resta. Ela e o marido fogem para o Pantanal a fim de reconstruir suas vidas, mas neste momento Maria já é um retalho de gente: sem vida, sem alma, sem esperança.
A atriz contou que o convite para interpretar Maria foi inesperado, mas ela aceitou o desafio por ser fã de Cássia Kis, que interpretou a personagem na primeira versão da novela.
“O convite veio de um jeito super inesperado: a gente estava, ainda, vivendo os efeitos de pandemia, em casa, e eu recebi uma mensagem do Rogério (Gomes, diretor artístico), nosso Papinha amado, querido. ‘Ju, queria falar com você sobre Pantanal’, e eu fiquei pensando: ‘O que será?’. Eu não fazia ideia. Sabia que já estavam produzindo, que já tinham algumas pessoas escaladas. ‘Você pode me ligar?’, ele me perguntou. Eu liguei e ele falou: ‘Sei que você veio de uma batida e tal, mas acho que já deu tempo de descansar. Eu queria muito que você fizesse a Maria Marruá’. Acho que eu não o esperei falar por mais 10 segundos. Eu disse sim”, contou ela, em entrevista divulgada à imprensa pela Globo.
“Ele falou: ‘É uma participação, porque a Maria morre no início da segunda fase’. Mas é uma personagem maravilhosa e eu sabia que tinha sido vivida pela Cássia (Kis), porque eu tenho algumas lembranças da primeira versão. Eu sou tão fã da Cássia! Já tive a oportunidade de falar isso para ela. Por isso, falei: ‘Óbvio que eu vou aceitar esse desafio’, porque quando é uma personagem que já foi vivida por alguém e por alguém de quem você é tão fã, tão apaixonado, vira um desafio em dobro. Eu me senti muito lisonjeada, desafiada e com muita vontade de fazer essa Maria Marruá”, completou Paes.
A atriz ainda deu mais detalhes sobre a diferença entre as versões de Pantanal: “Em 1990, eu tinha 11 anos, então, tenho as minhas memórias de criança, de perceber que, naquele momento [de exibição da novela], a casa dava uma parada; todo mundo parava para assistir. Acho que, talvez, movidos não só pela trama, mas pelo torpor que causava aquela linguagem diferente de assistir novela. Era um momento de contemplação. Se escutava menos gente falando e você escutava uma música tocando um tempão. Você via imagens mais extensas, o pássaro Tuiuiú, o jacaré, a arara. Causava nas pessoas uma sensação diferente. Um momento de parar um pouco, suspender um pouco a fala e aguçar mais o olhar e o sentimento”.
“Creio que esse tenha sido o grande diferencial de Pantanal: a sensação que provocava nas pessoas. Por um lado, se a gente tem um desafio em momentos em que existe tanta quantidade de informação, de aquietar um pouco a nossa mente pra contemplar um pouco mais — esse é o desafio que a gente tem como produto, como novela — , por outro lado, a gente tem mais tecnologia, tem mais definição, processos mais definidos para mostrar essas imagens”, finaliza.