Os resíduos foram recolhidos após as cheias terem diminuído em parte da região. No Dia Mundial do Meio Ambiente, é feito um alerta sobre a necessidade do destino adequado para o lixo eletroeletrônico.
A Indústria Fox, sediada em Cabreúva, interior de São Paulo, está auxiliando no recolhimento do lixo eletrônico no Rio Grande do Sul após o período de enchentes e recebe materiais provenientes dessa tragédia para dar o destino correto aos resíduos dessa natureza, que poderiam permanecer no meio ambiente e causar outros problemas potenciais. Os caminhões carregados de lixo eletroeletrônico já começaram a chegar na empresa, e outras toneladas de resíduos continuarão sendo retiradas do RS e transportadas para serem recicladas. Uma análise inicial mostra que há mais de 46,7 milhões de toneladas de entulho na região onde ocorreu a tragédia. O estudo foi realizado pela Universidade Federal do Rio Grande do Sul (UFRGS) em parceria com a empresa Mox Debris. Os dados são alarmantes e, especialmente nesta semana, o Dia Mundial do Meio Ambiente tem muito a nos fazer refletir.
Após as recentes enchentes devastadoras no Rio Grande do Sul, as cidades da região enfrentam um desafio monumental: lidar com o lixo, especialmente o eletrônico, que foi submerso durante as inundações. Entre os desafios enfrentados está a preocupação com o descarte adequado desse tipo de resíduo, que pode causar danos ambientais e à saúde pública se não for tratado corretamente.
Marcelo Souza, CEO da Indústria Fox, com sede em Cabreúva, interior de São Paulo, compartilhou sua visão sobre essa crise. “Desde o início da tragédia, a prioridade era salvar vidas, mas agora, além de manter a emergência por pessoas, é preciso uma resposta coordenada e eficiente”, enfatiza Souza. Ele alerta para os perigos do descarte inadequado de resíduos eletrônicos, que podem liberar substâncias tóxicas no meio ambiente, contaminando solos e corpos d’água. De acordo com Marcelo, que além de CEO da Indústria Fox também é especialista em economia circular, existem muitos passos pela frente. “Agora, nos resta recomeçar, e um dos primeiros passos é a limpeza de todo o lixo gerado, e estamos falando de muito lixo. Imagine aproximadamente 900 mil residências que foram impactadas e tiveram seu interior totalmente destruído, ou seja, utensílios domésticos, móveis, muito plástico e também os equipamentos eletroeletrônicos. Ou seja, o que foi construído em uma vida virou lixo em um mês, por isso participamos efetivamente no RS para ajudar no recolhimento do lixo eletrônico da região.”
Estamos falando de muito lixo, de todas as categorias, e a pergunta é: o que fazer com tudo isso? Bom, uma coisa é certa, jogar em um buraco e enterrar é impensável. Contudo, esse material precisará de um tratamento diferenciado. Ou seja, o desafio de reciclar corretamente, nesse caso, recebe uma pitada adicional de complexidade devido ao barro e às contaminações. O barro acaba se tornando uma contaminação do material para novos processos, e lavar isso para aumentar o valor comercial dos materiais é algo ambientalmente impensável. Outro ponto de muita atenção consiste na contaminação por doenças, como, por exemplo, a leptospirose. A leptospirose é uma doença infecciosa causada pela bactéria Leptospira, transmitida principalmente pela urina de animais infectados, como roedores. Os humanos podem se infectar ao entrar em contato com água ou solo contaminados.
Além disso, no caso dos eletrônicos, o descarte incorreto acarreta muitos problemas de impacto ambiental, assim como de saúde. Por exemplo, você sabia que uma televisão de tubo, ainda muito comum em residências do Brasil, possui diversos metais pesados? Ou ainda que os gases das geladeiras mais antigas são grandes causadores do impacto global?
Não gosto de olhar para trás e buscar culpados, acho pouco produtivo, mas gosto muito de olhar para trás e aprender para nos prevenir. Em relação ao Sul, pondero duas coisas:
1. É necessária uma visão sistêmica do Estado, uma análise de especialistas, para entrar com ações reais e assertivas que possam prevenir esse tipo de situação.
2. As mudanças climáticas são reais e precisam ser primeiramente aceitas por todos. A partir desse momento, devemos começar a nos adaptar a essa nova realidade, com conscientização maciça da população e investimentos reais e significativos para o fomento de uma Economia Circular.
“Nós, da Indústria Fox, estamos comprometidos em ajudar no recolhimento e tratamento adequado do lixo eletrônico no Rio Grande do Sul”, afirma Souza. “É hora de unirmos esforços para transformar pelo menos uma parte da crise em um momento também de olhar para o presente e o futuro de uma forma mais sustentável.”
Mais sobre a Indústria Fox: A Indústria Fox se destaca com programas próprios de eficiência energética, além de processos de remanufatura de produtos. Com isso, é a única no Brasil a unir os três pilares de reciclagem, remanufatura e eficiência energética. Tudo isso alinhado com novas tecnologias e desenvolvimento de economia circular e indústria 4.0. “Acreditamos na responsabilidade ambiental”, afirma Marcelo Souza. “Estamos comprometidos em reduzir o impacto ambiental dos produtos eletrônicos, e a reciclagem é parte dessa estratégia.” Neste 2024, o Dia Mundial do Meio Ambiente não pode ser visto de forma igual aos outros. É imperativo que todos nós, como cidadãos e empresas, nos comprometamos com práticas sustentáveis e responsáveis. A coleta adequada