Símbolo de feminilidade, tratamentos como quimioterapia e radioterapia para câncer de mama podem causar a perda dos cabelos. No entanto, é possível recuperá-los por meio da fotobiomodulação.
Médico vascular e angiologista discute a técnica de recuperação capilar, enquanto psicóloga clínica destaca o resgate da autoestima ao ver os cabelos crescerem novamente.
Durante o tratamento do câncer de mama, muitas mulheres passam por quimioterapia e radioterapia. No entanto, na quimioterapia, há várias formas e medicamentos diferentes, dependendo do tipo histológico do tumor, do estágio evolutivo, entre outros detalhes. Algumas quimioterapias realmente causam a perda dos cabelos. Logo após as primeiras sessões, a queda capilar já começa e é bastante característica, pois afeta não apenas o cabelo, mas também sobrancelhas e cílios.
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“A perda de cabelo em quem faz quimioterapia é marcante. É desconfortável, pois a pessoa já está lidando com a doença, com o medo, e ainda fica com uma aparência típica de quem está passando por esse tratamento”, comenta o angiologista e vascular Dr. Álvaro Pereira.
De acordo com o especialista em fotobiomodulação, capacetes e bonés de LED ou laser aceleram o crescimento dos cabelos. “É muito importante que as pessoas utilizem esses dispositivos, especialmente hoje em dia, pois os tratamentos são mais simples e podem ser realizados em casa, uma ou duas vezes ao dia. O boné é um exemplo clássico de tratamento por fotobiomodulação que acelera a recuperação. Esses aparelhos utilizam luz vermelha com comprimentos de onda de 620, 630 e 660 nanômetros. Não há necessidade de utilizar infravermelho no tratamento da queda de cabelo causada pela quimioterapia”, recomenda o médico.
O paciente deve usar o dispositivo de uma a duas vezes por dia, mas mais do que isso não traz benefícios. O ideal é começar o uso logo após o término da quimioterapia, um ou dois dias depois da última sessão. “Não adianta usar no meio do tratamento, pois os cabelos cairão de qualquer forma. O ideal é iniciar o uso de fotobiomodulação após o término da quimioterapia”, alerta o especialista.
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Segundo ele, além de acelerar o crescimento, a LEDterapia ajuda a recuperar a forma natural dos fios. Quando os cabelos começam a crescer novamente, podem surgir um pouco diferentes. “Por exemplo, uma pessoa que tinha cabelo liso pode ver seus cabelos voltarem ondulados, pois as células ainda não estão totalmente adaptadas e também sofrem os efeitos do tratamento”, completa.
**Cabelo, emocional e autoestima**
A psicóloga clínica junguiana Denise Diegues Impastari destaca que a perda dos cabelos afeta não apenas fisicamente, mas também psicologicamente e socialmente, pois trata-se de um símbolo de feminilidade. O cabelo faz parte da imagem da mulher, da sua sensação de pertencimento. Assim, a perda dos fios pode gerar uma sensação de perda de identidade, invasão, exposição e humilhação. “Já vi pacientes com câncer de mama que, logo após o diagnóstico, ficam mais abaladas com a possibilidade de perder o cabelo do que com a própria doença. Quando os fios começam a cair de fato, em tufos, muitas optam por raspar a cabeça antes que isso aconteça, experimentando um forte sentimento de desespero”, relata Denise.
A psicóloga complementa: “Quando os cabelos começam a crescer novamente, notamos uma felicidade, uma renovação. Esse renascimento dos fios ativa na mulher uma sensação de renascimento pessoal após tudo o que passou, claro, aliado a um trabalho interno importante.”
Dr. Álvaro Pereira – Angiologista formado pela FMUSP em 1978, com residência em Cirurgia Vascular no HCFMUSP, doutorado em Cirurgia Vascular na Divisão de Bioengenharia do INCOR – HCFMUSP e pós-doutorado no B&H Hospital – Harvard.
Denise Diegues Impastari – Psicoterapeuta e psicóloga clínica com pós-graduação em Psicologia Analítica pela Universidade São Francisco e pelo Departamento de Psiquiatria e Psicologia Médica da Santa Casa. É autora de livros, ministra palestras e colabora em revistas, jornais e programas de rádio e TV.
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