UX Designer Leandro Rezende inspira profissionais de qualquer área a estudarem inovação aproveitando a alta demanda do mercado

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Leandro Rezende é formado em Engenharia pela UnB, passou por empresas como Accenture, Rede Globo e foi servidor público por 10 anos na Tecnologia da Informação do Supremo Tribunal Federal (STF). Hoje mora no Canadá, de onde atua remotamente para a TrustArc, uma empresa de Gestão de Privacidade de Dados de São Francisco nos Estados Unidos.

Em seu último cargo no Brasil antes de se mudar para a América do Norte, Leandro assessorava a Diretoria Geral do STF conduzindo o Programa de Transformação Digital para otimizar a justiça brasileira. Porém, sua formação inicial não era em design ou gestão da inovação. Ele precisou migrar de carreira para trilhar esse caminho identificando uma nova oportunidade no mercado.

“Percebi que UX Design estava saindo em inúmeras matérias. Eu lia na Forbes que para cada dólar investido em UX, retornavam 100, um retorno de 9,900%. Eu lia sobre mudanças em fluxos de aplicativos que geravam 300 milhões de dólares a mais de receita. E isso me encantou. Eu queria aprender a gerar esse impacto com meu trabalho. Nos últimos anos vi o número de vagas subir de 700 para mais de 3000 no Linkedin mesmo durante a pandemia. Enquanto muita gente não tem perspectiva de crescimento e fica estagnado ganhando R$ 2000 por mês, em UX Design os salários iniciais variam hoje de 3000 a 4500 reais. A pesquisa Panorama UX destaca salários médios na faixa de 6000 reais e profissionais experientes ganhando acima de 10 mil. Além disso, havia um mercado ainda mais promissor no exterior. Mesmo com as demissões em massa no mercado de tecnologia que vimos em 2022, as vagas continuam crescendo. Se um segmento está em crise, outros estão se expandindo e os bons profissionais não sofrem tanto como a saturação e o desemprego de outras áreas mais tradicionais como a engenharia em que me formei. Por isso pessoas da Administracao, publicidade, tecnologia, direito e outras áreas estão migrando também”, explica Leandro.

Leandro Rezende - Crédito Da Foto: Acervo Pessoal
Leandro Rezende – Crédito da Foto: Acervo Pessoal

Atraído por essas notícias, apesar de ter se formado em engenharia, Leandro conta que a verdadeira mudança na sua vida profissional aconteceu quando aprendeu a criar produtos e serviços úteis de verdade por meio do UX Design.

“Pouca gente sabe o que é UX, mesmo em empresas de tecnologia, então sempre vale a pena explicar: o UX vem de user experience, ou Experiência do Usuário. A experiência é o que acontece quando alguém usa um produto ou serviço. São as emoções, as frustrações, o desejo, a sensação de facilidade. Quanto mais rápido, fácil ou melhor alguém atinge um objetivo, melhor a experiência. Diferente do que muitos pensam, o trabalho de UX Designer não é só criar telinhas de sites, sistemas ou aplicativos. O engano de que UX é só visual vem da palavra design. Mas design não é só beleza. É como funciona. Fazer design é projetar, e o visual é somente uma parte do todo. Entendendo isso, o UX Designer pode projetar soluções melhores em diversos setores da economia: finanças, saúde, educação, no online ou no offline, e tudo isso sem precisar ser formado em design, sem ter nascido com dom criativo ou precisar saber programar.”

Em 2014 ele começou a empreender e foi co-fundador da PDVend, uma empresa de gestão de pontos de venda em máquinas de cartão apoiada pela Plug’n’Play, uma das maiores aceleradoras de startups dos EUA.

Para Leandro, uma das principais coisas que aprendeu na sua carreira é que a chave para o reconhecimento é saber mostrar o seu valor e o impacto do seu trabalho.

Leandro Rezende - Crédito Da Foto: Acervo Pessoal
Leandro Rezende – Crédito da Foto: Acervo Pessoal

“Em 2014 fui para o vale do silício pela 1º vez. Voltei obcecado pela inovação do lugar. O serviço público não era um terreno tão fértil pra plantar novas ideias. Mas voltei querendo viver aquela inovação, queria fazer jus aos impostos dos contribuintes. Comecei a sentir que a cada conhecimento que eu adquiria em UX Design, melhor eram os produtos que eu criava e mais meu passe valorizava. Em UX você está em contato com quem usa os produtos. É como prova de consulta, e não precisa ter bola de cristal. Se o usuário fica satisfeito, a empresa lucra. Se a empresa lucra, você é mais valorizado. Depois de experimentar isso na minha vida, comecei a ensinar para outras pessoas, tanto nos meus times, quanto em eventos para o público externo. Além do impacto que pode gerar na vida dos usuários, tem muita gente de olho em UX por ter muitas vagas, ser possível trabalhar remoto e ganhar bem.”

Porém, Leandro alerta sobre um risco muito comum:

“É importante experimentar a profissão e atuar pelo propósito, pela inovação, pelo impacto, e não só pelo dinheiro, pois exige estudo como qualquer outra carreira. Se a pessoa quiser migrar só pela grana achando que é dinheiro fácil, vai se frustrar. Porém pode ser realmente mais fácil que outras carreiras que já estão saturadas.”

Depois de se especializar em inovação e conquistar mais de 20 certificações internacionais, se tornando um dos 5 profissionais do Brasil listados como UX Master pela Nielsen Norman Group, maior referência do mundo em pesquisas com usuários, Leandro Rezende decidiu ensinar o que aprendeu e fundou a escola de UX Design UX Unicórnio que já ajudou mais de 1100 profissionais de diversas áreas migrarem para UX Design. Leandro criou também um MBA em UX Research, Operações de Pesquisa e Liderança em Design, que é uma pós-graduação reconhecida pelo MEC em parceria com a Toronto School of Management no Canadá para elevar o nível da disciplina de UX Design no mercado Brasileiro.

Leandro Rezende - Crédito Da Foto: Acervo Pessoal
Leandro Rezende – Crédito da Foto: Acervo Pessoal

Para quem pensa em migrar para UX Design e trabalhar no Brasil ou até mesmo se mudar para o Exterior, Leandro deixou um recado colocando os pés no chão, para evitar a ilusão de que existe fórmula mágica, mas mostrando que não é impossível buscar esse sonho, como ele e vários alunos fizeram.

“Eu não decidi morar fora e me mudei no dia seguinte. Esse sonho começou em 2012, aos 25 anos, na primeira vez que viajei para o exterior. Até 2014 mandei currículo pra fora muitas vezes pra ver se dava certo e não consegui. Dezenas de currículos. Muitos sem resposta. Hoje sei que apesar de na época ter 10 anos como webdesigner, eu ainda não era bom o suficiente mesmo. Nem tinha experiência relevante de fato em UX. Eu só era o designer das telinhas bonitas começando a entender o que fazia a diferença de verdade. Até que depois de uma tonelada de aprendizados, erros e acertos, melhorias como pessoa e como profissional, resolvi fazer uma série de coisas para “fazer dar certo” e não para “ver se dava certo. Muito estudo técnico, novas experiências práticas, mexidas aqui e ali no currículo, no portfólio, no LinkedIn, e criação de muitas conexões. Depois disso tudo, uma empresa de recrutamento entrou em contato comigo me indicando para uma empresa de San Francisco. Passei no processo, e pude escolher pra qual cidade me mudar no Canadá com visto bancado pela empresa, salário de sênior, trabalho 100% remoto. Então, com minha esposa com mais de 30 semanas de gestação do meu terceiro filho, na última semana permitida por lei, pegamos o avião e nos mudamos. Meu terceiro filho nasceu aqui, canadense. No meio de uma pandemia. É como que se no momento mais impossível, minha hora chegasse. Essa mensagem é só pra você entender que não existe uma linha reta. Fácil não é pra ninguém. Mas possível, é. As empresas exigem conhecimento e experiências, mas todos podem ter isso com dedicação e estratégia”.

Leandro Rezende - Crédito Da Foto: Acervo Pessoal
Leandro Rezende – Crédito da Foto: Acervo Pessoal

Leandro finalizou dizendo que em 2014, migrar para o exterior trabalhando com inovação era apenas um sonho, e no mês passado ele estava trabalhando com seu time planejando 2023 em uma das maiores empresas do mundo especializada em gestão de privacidade de dados em San Francisco.

“Eu sei como tudo isso era incerto e era difícil encontrar informações sobre como chegar até aqui. Hoje me sinto realizado e tudo que aprendo gosto de compartilhar de volta com brasileiros que sonham ser mais valorizados e causar impacto com seu trabalho para ter uma vida melhor por consequência. Por isso faço um evento gratuito pra explicar como entrar na área algumas vezes por ano. *Até pra ajudar quem não conhece a carreira a entender antes de se jogar nos estudos. Quem quer estudar comigo depois disso, é muito bem vindo também nos meus cursos e na pós graduação.”

Para se inscrever nos próximos eventos gratuitos, conhecer mais a história do Leandro Rezende e descobrir como pode aprender mais sobre UX Design, basta seguir ele no Instagram @uxunicornio

O próximo Evento Profissão UX 2023 será inédito de 16 a 20 de Janeiro on-line.

Por @gravuni – Jornalista

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